Este é um texto sobre como surge minha identidade autoral que, posteriormente, tornou-se ícone da (p)ouse aqui e, mais recentemente, retomei como identidade de todos os meus trabalhos aqui no site.
Eu sempre gostei de desenhar pássaros. Fazia rabiscos aqui e ali, sem me preocupar com técnicas ou qualquer identidade entre eles. Passarinho sempre esteve entre os motes dos meus rascunhos.
Mais tarde, quando me aventurei pela fotografia, passei a registrá-los pelas lentes. É desafiador captá-los sem espantá-los. Requer certa sutileza, observação e paciência.
De tanto acompanhá-los, passei a escrevê-los também. Perdi as contas de quantas poesias têm “voo”, “pássaro”, “pouso”, “ninho”…
Mas o formato visual do pássaro que usei como marca nasceu de uma aula de decalque, enquanto eu estudava pintura em porcelana com a Thais Mor.
Durante o exercício, quis fazer a silhueta de algo que fosse fácil de desenhar e recortar para aplicar na superfície de um jogo de xícaras. Alguns testes no caderno de criação e o resultado foi um casal de pássarinhos com direito a cenário e tudo.
Os pássaros continuaram passeando pelas minhas criações. Foram também pincelados, desenhados com o apagamento da tinta ou com canetado (uso de bico de pena).
Então, em uma aula uma colega comentou que viu um passarinho e lembrou-se de mim. Neste momento entendi que havia nascido minha identidade autoral. Passei a assinar minhas peças com um pássaro no fundo. Mais adiante, o ícone foi incorporado à (p)ouse aqui.
E foi assim que este ser alado, que pode ter acabado de pousar ou estar prestes a um novo voo, tornou-se a representação dos meus trabalhos. Um processo intuitivo, natural e leve. Como um passarinho.
Talvez por isso me identifique tão bem!